Entre os parreirais da Serra

As mãos cheias de terra e pigmentadas pela uva sempre foram um símbolo do trabalho árduo – mas muito gratificante – da nossa Serra gaúcha. As belas programações oferecidas aos turistas para mostrar a Vindima, a sensação de colher uva embaixo do parreiral são exemplos da história por trás do rótulo das garrafas de vinho, dos espumantes e dos sucos.

Característica dos municípios desta região, Bento Gonçalves, a Capital do Vinho, traz tudo isso em sua história. A cidade abriga diversas vinícolas e oferece passeios que permitem conhecer o processo de produção da bebida, além de degustações e visitas aos vinhedos. Para quem busca uma experiência de imersão na cultura gaúcha, a região oferece diversas opções turísticas.

Sou natural de Bento Gonçalves e fui prefeito do município por dois mandatos. Conheço essa terra o suficiente pra saber que o seu diferencial está nas pessoas. Um povo ordeiro, trabalhador e grande responsável por fazer do município um verdadeiro polo turístico. Nossa terra de imigrantes italianos traz o empreendedorismo na veia. A força de quem produz e movimenta negócios que são destaque no Brasil e no mundo.

Nossa indústria tem alta relevância no cenário nacional nos setores moveleiro e metalmecânico, nosso comércio é forte e pujante e nossa gastronomia é um exemplo a ser seguido. São estas referências, de uma região bem desenvolvida, que fazem de Bento e da Serra Gaúcha um dos destinos turísticos mais procurados do país.

As recentes notícias envolvendo trabalho análogo à escravidão num alojamento de safristas devem ser analisadas com a devida atenção, punindo apenas os responsáveis – e não empresas centenárias cujo histórico depõem a favor, não todo um setor que sempre nos encheu de orgulho e, principalmente, não uma classe de homens e mulheres trabalhadores que enfrentaram de sol a sol a lida na terra para fazer desta uma das regiões mais prósperas do país.

Entre os parreirais da Serra gaúcha passaram importantes capítulos do desenvolvimento do Rio Grande do Sul e também do Brasil. Não podemos, de maneira nenhuma, deixar que toda a história de toda uma região se perca. Generalizar é um erro grave!

Compartilhe:

Rolar para cima